terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SEMBLANTE

Faz sembalnte do que não é.
A sociedade te empurra ao lugar que não quer.
Onde mora ali, mesmo sem saber.
Deverás ser corrigida, adaptada.
E, jaz, agora,
sem nada mais
que a ti mesmo
negociando-te.

Corro às palavras
e cubro meu corpo.
Encaminho, urgente:
desde sempre me fui poema.
Somente de vez em quando
é que me dou por gente.
Os ventos me navegam,
juro que desde sempre.
Estou lá na abstração,
flutuando,
entre o real e o sonho.

Estou ausente do assunto de gente grande.
Conto moedas e trago a solidão.
Estou sempre me espalahndo em letras.
Reúno-me
título
faço poema, romance e conto:
nem te conto
não sou daqui
sou de lá
do antes da palavra escrita
quero escrever o indizível:
este refrão de mim mesma.

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