terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ABSTRATA

Dormimos
sonhamos
terra e céu:

Abstrata presença
ocupa a mente
e o coração

SUSPENSÃO

Coloco agora as formações focadas.
Suspensão.
As formações me vão direto,
ao que não foi expresso nos poemas anteriores.
Todas as palavras aqui caladas estão no lugar
daquelas, ocultadas.
E ainda esperam
significação.
Vago na escuridão desta massa ignorante
que ao desverlar-se
revela-me.
Contraste.
Sonho e realidade.
Rejeito qualquer interpretação do outro,
pois só a si mesmo e por si mesmo
o sonho pode ser pensado.
A esfera deste é o que interessa.
Deste que não está aqui,
diria então,
o próximo poema.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SEMBLANTE

Faz sembalnte do que não é.
A sociedade te empurra ao lugar que não quer.
Onde mora ali, mesmo sem saber.
Deverás ser corrigida, adaptada.
E, jaz, agora,
sem nada mais
que a ti mesmo
negociando-te.

Corro às palavras
e cubro meu corpo.
Encaminho, urgente:
desde sempre me fui poema.
Somente de vez em quando
é que me dou por gente.
Os ventos me navegam,
juro que desde sempre.
Estou lá na abstração,
flutuando,
entre o real e o sonho.

Estou ausente do assunto de gente grande.
Conto moedas e trago a solidão.
Estou sempre me espalahndo em letras.
Reúno-me
título
faço poema, romance e conto:
nem te conto
não sou daqui
sou de lá
do antes da palavra escrita
quero escrever o indizível:
este refrão de mim mesma.