sábado, 13 de novembro de 2010

Ângulos

Ao Pedrinho
Um menino sobressalta a vizinhança,
Com sua luta insana,
Por manter o poeta atravancado às paredes ressonantes,
De onde cospe um poema sem técnica,
Nem métrica, sem academia, sem mestria.
É um impulso indecoroso
De um menino ora feliz, ora raivoso,
Que se coloca a escutar
Um mundo que guarda dentro
A natureza,
Que é cultura e natureza.
Já não é por si,
Senão apenas
Do ponto por onde é visto.
Ser avistado a todo tempo
É um desassossego.

Impotência

Desde que o sol me chamou poema

Dividimos com angústia

A ponte-aérea dos pensamentos

Entre azuis e vermelhos,

O cinza dos dias

Em que olhar se perde

horizonte.

Negocia

Pára-lamas

Pára-choques

Pára-raios

Levita

Imana

Retoma

Pousa terra

Empuxo-te ao chão.

Surdo-Mudo

Aos grande mestres

Coube a sabedoria

De nos fazer surdo-mudos.

Tal qual Charles Chaplin

Parado à vislumbrar

A sociedade em cinema

Fulô

Separa
Arromba

Rabanada,
Delta

Barriga e costão

Baseado em Itacoatiara

Toque de recolher

Plano com carência,

Motorola, cross e amil,
Fanta uva e etanol,
Aceno de Kombi.
Cuzamento.

Cunhado-canção

Moça rodando chavinha,
Baby e videogame,
Boa academia
Pra congelar a monotonia.

Oculta

Ao Querido Amigo e Mestre
Claudio
Grata
Dionnara
Cabocla,
Por trás,
Redes
Barco
Deslizando
Águas
Doces
Salgadas
Abrem-se
Enfeita-se
Cabeças
Fertilizantes.
Deseja-se boca falar
Amores,
Durante.
Disto, restará
Desconhecimento.
Sigilo.
A ingratidão é
Uma desvirtude.
E a virtude é
Um vício.