sábado, 13 de novembro de 2010

Ângulos

Ao Pedrinho
Um menino sobressalta a vizinhança,
Com sua luta insana,
Por manter o poeta atravancado às paredes ressonantes,
De onde cospe um poema sem técnica,
Nem métrica, sem academia, sem mestria.
É um impulso indecoroso
De um menino ora feliz, ora raivoso,
Que se coloca a escutar
Um mundo que guarda dentro
A natureza,
Que é cultura e natureza.
Já não é por si,
Senão apenas
Do ponto por onde é visto.
Ser avistado a todo tempo
É um desassossego.

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