Chegaram-me. Entre, ventos
tudo aquilo que por nós -
por pressa, solidão ou urgente sobrevivência -
fôra calado.
Chegaram entre ventos
os choros contidos,
tudo que nâo fôra dito,
tudo que sonhado
tenha sido arrastado
pelas auguras do viver.
Repousam entre ventos e tempestades,
todas as verdades
caladas entre nós
imputadas ao existir e ponto.
Chegaram entre nós.
Chegam, agora, mesmo,
enquanto te escrevo,
uma carta de amor,
cuja significação da palavra amor,
caberá apenas entre nós dois
e mais ninguém.
Entre nós, a brisa infinita do que não fomos,
do que apenas podemos,
do que sobrevivemos
meu braço, agora, sobre o teu,
braço incansável,
amor,
em acreditar.
Dormes, agora, sem minha agonia senhora,
dormes, agora,
sonha
e, amanhã, tua crença acalantará
sublimes gestos.
Do livro Infinito, 2009
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